Estudantes da Escola Profissional de Palmácia participam de formação sobre Aprendizagem Cooperativa em Pentecoste
Data da publicação: 2 de dezembro de 2017 Categoria: NotíciasNesta quarta-feira, 29, estudantes e professores da Escola Estadual de Educação Profissional (EEEP) Maria Giselda Coelho Teixeira, em Palmácia, trocaram a serra pelo sertão. Por volta do meio dia, na estrada de terra que liga Pentecoste à Paramoti, ouvia-se a algazarra da chegada do grupo à comunidade rural de Cipó. Nos últimos 3 dias, 60 estudantes, dos cursos de administração, guia de turismo, redes de computadores e segurança do trabalho, com todo o núcleo docente da escola, vivenciam processo de ensino e aprendizado com Aprendizagem Cooperativa, em Pentecoste.
A Escola Integrada de Desenvolvimento e Inovação Acadêmica (EIDEIA), com apoio da Coordenadoria Regional de Desenvolvimento da Educação de Baturité, Crede 8, propôs o I Encontro de Formação em Liderança Cooperativa e Solidária. Inaugurada em agosto deste ano, a escola profissional de Palmácia buscou parceria com o Programa de Estímulo à Cooperação na Escola (PRECE), vinculado à Eideia, para desenvolver estratégias que promovam a autonomia e a cooperação estudantil no ambiente escolar.
Em outubro e novembro, a equipe do PRECE apresentou a proposta pedagógica à escola e realizou oficina sobre a elaboração de planos de aula estruturados com a técnica ETMFA (exposição inicial, tarefa individual, meta coletiva, fechamento e avaliação individual). Criada em parceria com a EEEP Alan Pinho Tabosa, escola de Pentecoste, a técnica proporciona o protagonismo e a cooperação entre os alunos durante as aulas. Desde 2011, quando foi inaugurada, a escola profissional de Pentecoste desenvolve a Aprendizagem Cooperativa como metodologia de ensino e aprendizagem.
Inspirados pela experiência exitosa da escola profissional de Pentecoste, os professores da EEEP Maria Giselda Coelho Teixeira percebem a proposta educacional do PRECE como um caminho para construírem uma nova prática de ensino. Após a oficina de planos de aula, João Edson, professor de geografia, experimentou realizar aulas cooperativas em duas turmas. O professor percebeu que adotar uma nova forma de planejar as aulas necessita de um pouco mais de tempo e de disposição para sair de uma zona de conforto. “É um pouco difícil você sair do mesmo e partir para o novo, você acaba temendo o fracasso, mas apenas com as vezes que implantei a metodologia em sala, já estou vendo um resultado melhor”, diz, acreditando que com a prática, dos professores e dos estudantes, as dificuldades irão desaparecer.
Os professores Christian Gama e Sheila Andrade também realizaram aulas cooperativas. Professor de Física, Christian desenvolveu a metodologia nas 4 turmas da escola e observou diferença não apenas de uma classe para a outra, mas de um grupo para o outro. “Uns são mais rápidos, outros são mais lentos, outros tem facilidade de discussão e outros não tem”, conta sobre a necessidade de reconhecer e respeitar a pluralidade de estilos de aprendizagem dos estudantes. Já Sheila, professora de português, encontrou na gestão do tempo um embaraço para a organização do trabalho cooperativo. “Eu estipulei o tempo e eles não conseguiram desenvolver naquele tempo”, disse, reconhecendo que a experiência lhe proporcionará habilidades para identificar metas coerentes com a realidade dos alunos e o tempo destinado à atividade.
Em uma das aulas cooperativas de Sheila, estava Antônio Gilderlan, de 18 anos, que se anima com a possibilidade de aprender com os colegas. “Conseguimos aprender mais, interagir mais uns com os outros; naquilo que a gente tinha dificuldade, conseguimos obter mais conhecimento”, conta. Para o estudante, é inspirador estar no Cipó, onde o PRECE começou como ação educacional não formal. “Poxa, às vezes a gente reclama com pouca coisa, diz que não vai dar certo, e eles começaram aqui. Está sendo uma inspiração muito grande para mim, estou muito feliz de estar aqui”, disse ao despedir-se com um sorriso largo.
Na quinta-feira, 30, os estudantes de Palmácia e de Pentecoste se encontraram no Cipó e, em células cooperativas (grupos de estudo nomeados de acordo com a metodologia) trocaram experiências. À tarde, o grupo foi à EEEP Alan Pinho Tabosa, onde os estudantes do maciço de Baturité vivenciaram uma tarde de aulas cooperativas.
Após três dias intensos de estudo cooperativo, nesta sexta-feira à tarde, os estudantes deixam o sertão, carregando na bagagem a certeza que é possível fazer muito com cooperação e solidariedade.
Contato
Coordenação de Comunicação do Programa de Estímulo à Cooperação na Escola: comunicação@eideia.ufc.br
Escola Integrada de Desenvolvimento e Inovação Acadêmica: 3366 1892