Seleção de novos bolsistas do Prece chega à terceira etapa
Data da publicação: 26 de março de 2019 Categoria: NotíciasNesta fase, os 85 candidatos participam do Curso de Aperfeiçoamento para o Trabalho em Equipes Cooperativas; formação segue até 5 de abril.
A admissão de novos bolsistas pelo Programa de Estímulo à Cooperação na Escola (Prece), vinculado à Escola Integrada de Desenvolvimento e Inovação Acadêmica (Eideia/UFC), já está em sua terceira e última fase, que ocorre entre 11 de março e 5 de abril. Iniciado em fevereiro, o processo oferta 59 vagas para novos bolsistas, abertas a todos os cursos de graduação dos campi de Fortaleza da Universidade Federal do Ceará (UFC), atendendo prioritariamente estudantes oriundos da rede pública ou em situação de vulnerabilidade socioeconômica.
A primeira parte do processo consistiu na análise dos documentos dos candidatos. Já na segunda fase, foram oferecidas palestras e oficinas sobre a aprendizagem cooperativa e sobre o Prece.
Nesta terceira etapa, os 85 candidatos restantes participam do Curso de Aperfeiçoamento para o Trabalho em Equipes Cooperativas. A cada semana, são realizadas oficinas e palestras sobre o desenvolvimento de habilidades sociais, os projetos do Prece, a otimização do processamento de grupo e da divisão de tarefas e a vivência de conflitos em atividades em grupo. As formações acontecem em seis turmas e o estudante deve comparecer uma vez por semana no horário que preferir.
Na última semana de seleção, de 1º a 5 de abril, os candidatos — divididos em trios formados por afinidades de cursos e áreas — devem apresentar seminários baseados nos trabalhos escritos executados na segunda etapa. Para Hermisson Bezerra, palestrante responsável pelas formações, a admissão de novos bolsistas é praticamente um processo de autosseleção, já que os próprios candidatos, a partir do interesse, desistem ou se engajam cada vez mais.
De acordo com o formador de aprendizagem cooperativa, os principais critérios para a escolha de novos bolsistas são a responsabilidade, a autodeterminação e o interesse em ajudar o sistema de ensino público. Segundo Hermisson, além de cumprir tarefas e ter assiduidade, é importante que o bolsista visualize e entenda ao máximo seus objetivos.
Maria de Fátima Lima, graduanda do 3º semestre de Engenharia Química e candidata a uma bolsa do Prece, afirma que se interessou pelo programa ao entrar na Universidade, mas têm contato com atividades cooperativas desde o Ensino Médio. Sua escola contava com uma plataforma de redação e um projeto de células de estudo e monitorias, semelhante às propostas do Prece. Maria considera a aprendizagem cooperativa como “a melhor metodologia de ensino, pois você ajuda outras pessoas na medida em que aprende”.
Já Alanna Silva, estudante do 5º semestre de Gestão de Políticas Públicas e também participante do processo seletivo do programa, afirma que a experiência no curso de aperfeiçoamento tem sido muito satisfatória, já que, além de se aprofundar na metodologia, está entrando em contato com outras pessoas. “A partir do momento em que entrei em contato com a atividade cooperativa, as minhas atividades em grupo puderam ser melhor desenvolvidas; e é uma ideia que pretendo levar para a minha antiga escola, no interior de Baturité”, conta Alanna.
Na visão do formador Hermisson, professor da rede estadual, a aprendizagem cooperativa é fundamental para geração de equidade nas salas de aula. Entre as premissas, ele destaca a parceria professor/estudante, a educação emocional, a cooperação, a autonomia intelectual — essencial para que o estudante entenda que é capaz de aprender e de cumprir suas responsabilidades — e, por fim, a solidariedade. Sobre o último, afirma que é “uma marca do Prece ajudar os outros sem ter nada em troca. [A solidariedade] tem um potencial que vai além da cooperação (em que ambos ganham), de ajudar a ninguém ficar para trás”, defende.
Para Hermisson, os entusiastas da aprendizagem cooperativa acreditam em um modelo de escola que permeia esses princípios e no qual todos têm a capacidade de seguir. “É uma metodologia muito importante, pois está no campo da aprendizagem ativa, em que o sujeito é o centro da ação. Ele não recebe conteúdo por exposição, ele está ativamente estudando, aprendendo e compartilhando isso com os colegas”, finaliza o docente.
Mariana Lemos / Setor de Comunicação da Eideia/UFC